Vanderlan Farias

Cássio: entre a UEPB e as amarras de Ricardo

O senador Cássio Cunha Lima é conhecido por seu, digamos, “pavio curto”. Na linguagem popular, significa alguém impaciente, que não […]

O senador Cássio Cunha Lima é conhecido por seu, digamos, “pavio curto”. Na linguagem popular, significa alguém impaciente, que não leva desaforo para casa. Certa vez, Cássio chegou a levantar o dedo em riste para o ex-governador Antonio Mariz, outro paraibano que nunca deixou de dizer o que pensava. Ouviu poucas e boas, mas não se retratou.

 

Em outra ocasião, Cássio teria dado uma “chamada” no ex-governador José Maranhão, durante a campanha eleitoral, num estúdio de televisão, quando os dois se preparavam para um debate. Também na linguagem popular, significa falar de forma brusca, em tom elevado, de alerta ou até de ameaça. Só para citar apenas duas das tantas demonstrações públicas que o senador já deu do seu temperamento forte.

 

Pois bem, tomando como base essas reações extremas, não é difícil imaginar como deve estar se sentindo o tucano. Principalmente agora, após o governador Ricardo Coutinho interferir em duas de suas principais realizações nos seis anos em que governou a Paraíba: os Planos de Cargos e Salários dos servidores públicos e a autonomia da Universidade Estadual da Paraíba.

 

No caso da UEPB, a sensação de angústia está estampada numa reação, mesmo que tímida, esboçada por Cássio através da internet: “Minha relação com a UEPB é inabalável”, postou, esta semana. Talvez tenha sido a única maneira encontrada pelo senador para responder aos apelos dos paraibanos, especialmente os campinenses, que clamam por socorro diante das medidas administrativas implantadas pelo atual governo.

 

Faltou apenas o filho de Ronaldo concluir: “Mas, por enquanto, não posso fazer nada”. Seria a frase mais completa para definir sua situação em relação ao quadro político atual e ao governador Ricardo Coutinho, que teve sua ajuda decisiva para chegar ao poder nas eleições de 2010. As amarras são muitas e, por mais que padeça, Cássio não pode ainda desatá-las. Os motivos, só ele pode explicar.

 

Vitamina C – Piadinha maldosa que circulava ontem pelos corredores da Assembléia Legislativa. “A gripe, resfriado ou faringite que impediu o governador Ricardo Coutinho de comparecer à Casa de Epitácio Pessoa, só será curada em 2014, quando ele receber uma dose reforçada de Vitamina C”. C de Cássio.

Renato vai longe – O prefeito de Alhandra, Renato Mendes, trabalha para fazer Gorete Mendes, esposa do deputado Branco Mendes, sua sucessora em outubro próximo. Depois disso, a meta é a reeleição de Branco em 2014. No mesmo ano, o próprio prefeito está sendo cotado para disputar mandato de deputado federal representando o Litoral Sul. É mole?

 

Prestígio – O presidente Ricardo Marcelo continua com prestígio em alta entre os colegas. Ao se retirar da sessão de reabertura dos trabalhos, em sinal de protesto contra a ausência do governador Ricardo Coutinho, foi seguido por mais de uma dezena de deputados. E olhe que não era só gente de oposição, não! Ricardo, o outro, que se cuide.

 

 

 

 

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