Um capítulo à parte da novela envolvendo a escolha do candidato governista à Prefeitura de João Pessoa tem chamado atenção de parte da imprensa e dos aliados do governador Ricardo Coutinho, nos últimos dias: o silêncio do ex-senador Efraim Morais e a repentina “disposição” do DEM para disputar em faixa própria as eleições de outubro. A única coisa que Efraim tem dito sobre o assunto, quando não evita falar com jornalistas, é que o partido vai se reunir para discutir a sucessão municipal e tomar uma decisão conjunta.
Enquanto isso, seu filho, também Efraim, propaga em alto e bom som que o DEM tem o direito e poderá lançar um nome para concorrer com Estelizabel Bezerra ou Nonato Bandeira, dois pré-candidatos que lutam para ter apoio de todo o grupo comandado pelo governador e pelo prefeito Luciano Agra.
O ex-deputado federal Major Fábio, bem que tentou convencer a opinião pública de que poderia ser uma boa opção para representar o DEM na disputa, mas sabe que jamais conseguiria convencer o seu próprio partido. A cúpula demista fuzilou suas pretensões de imediato, reafirmando alinhamento a Agra, quando ele ainda era pré-candidato.
Por que então, agora, o DEM admite lançar candidato próprio? E por que Efraim não desautorizou o filho, como fizeram com o Major Fábio? Será que o partido tinha compromisso com Ricardo Coutinho somente quando o pré-candidato era o prefeito Luciano Agra?
São perguntas que só o presidente do DEM na Paraíba pode responder. E, pelo menos por enquanto, ele não parece disposto a isso. Tem demonstrado até irritação quando é questionado, mesmo sabendo que as perguntas continuarão enquanto não vierem as respostas. Afinal, é essa a função dos profissionais de imprensa.
Base insatisfeita – De volta à condição de suplente, após a reforma administrativa do prefeito, Bosquinho tem feito caras e bicos quando é questionado sobre um eventual apoio a Estelizabel Bezerra. Mostra que a base também não está satisfeita com a substituição de Agra como pré-candidato do PSB.
Paraíba pode ser a próxima – A greve dos policiais militares da Bahia deve servir de exemplo para as autoridades paraibanas. Se o diálogo não for retomado para busca de uma solução, poderemos ter aqui o mesmo cenário presenciado hoje pelos baianos. E do jeito que a insegurança e a violência andam insustentáveis no Estado, como ficaria sem a polícia?