Vanderlan Farias

Agra nasceu soldado e vai morrer soldado

Na política, como nos quartéis, as lideranças são reconhecidas por “patentes”, de acordo com sua evolução. A diferença é que, […]

Na política, como nos quartéis, as lideranças são reconhecidas por “patentes”, de acordo com sua evolução. A diferença é que, no primeiro caso, essas patentes não são oficiais, ao contrário do segundo. Um general das Forças Armadas será sempre um general, mesmo que cometa algum deslize. No campo político, a coisa não funciona bem assim. Até mesmo um “graduado” detentor de mandato tem que se impor para conquistar o respeito e o reconhecimento de seus comandados. Caso contrário, não passar[á de um “soldado”.

Pois bem, pelo andar da carruagem, o prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB), nasceu soldado e está condenado a morrer soldado, por suas atitudes impensadas e precipitadas, e, principalmente, pela “obediência” que tem ao governador Ricardo Coutinho. Agra faz questão de dizer que não é político, mas sim um técnico que entrou na política por acaso. Isso, ele nem precisava dizer.

A edição e revogação desse decreto, denominado de “Bolsa-Multa”, foi apenas mais uma das muitas trapalhadas de Agra. Quem não lembra das máquinas quebrando a pista de pouso do Aeroclube em plena campanha eleitoral, dos “bombados” metendo a peia nos camelôs do centro da cidade e das inúmeras compras denunciadas por superfaturamento? Só para citar esses três exemplos.

Não é por acaso que Agra precisa sempre consultar o governador Ricardo Coutinho antes de adotar algumas medidas. E quando não consulta, como no caso da “regulamentação da indústria de multas”, recebe telefonemas indigestos determinando a revisão dos atos. Mesmo sendo prefeito da Capital, Agra prefere lembrar que foi Ricardo quem lhe deu a oportunidade de ocupar um mandato que, provavelmente, jamais teria através do voto popular.

Acho até que o prefeito já se conformou com a situação. Tanto que nem fala na possibilidade de melhorar sua “patente”. Prefere morrer soldado batendo continência para o general.

 

Mais um aviso – Vou dar mais um aviso. Essa história de possível aliança entre o governador Ricardo Coutinho e o ex José Maranhão é somente para provocar intriga entre o PMDB e o senador Cícero Lucena. A oposição dividida favorece o governo, quem não sabe. Avisei que a retirada de Agra seria estratégica, para estimular Estelizabel e Nonato Bandeira. O prefeito não é carta fora do baralho, inclusive com possível apoio de Cássio.

 

Recado do DEM – Há quem diga que a presença do deputado federal Efraim Filho no congresso do PPS, na sexta-feira, não foi mera coincidência. Seria um recado do pai, Efraim Morais, sobre a insatisfação do DEM com o processo sucessório de João Pessoa. Nem a vaga de vice foi oferecida ao partido e dizem que Estelizabel Bezerra, pré-candidata do governador, não quer nem ouvir falar de ter um companheiro de chapa indicado pelos democtratas.

 

Recado do DEM II – Na outra vertente, o PSDB tenta atrair o DEM para seu palanque. Até vai abrir vaga na Câmara Federal para o suplente Major Fábio. Isso, sem falar nos elogios que o senador Cícero Lucena tem feito ao democrata. Desse jeito, mesmo com a paciência e o traquejo de Efraim fica difícil resistir.

Feijoada e votos – Mais um pré-candidato a vereador comemora aniversário em grande estilo, de olho nas eleições de outubro. Marcos Aragão, mais conhecido por Marquinhos, reúne amigos na Feijoada do João, em Jaguaribe. Detalhe: sem o deputado João Gonçalves, com quem já trabalhou. Pelo jeito, ganhou vôo próprio.

 

 

COMPARTILHE

Bombando em Vanderlan Farias

1

Vanderlan Farias

Abuso de autoridade não rima com segurança

2

Vanderlan Farias

PV está “rachado” ao meio; família Soares também

3

Vanderlan Farias

Depois do PT, PC do B também abandona Estelizabel Bezerra

4

Vanderlan Farias

Venceu a democracia; cuidado com as aves de rapina

5

Vanderlan Farias

DISCURSO X TRABALHO: Unimed terá eleição plebiscitária