A verdadeira história de Areia Vermelha e seus conflitos

Em outubro do ano passado, usei este mesmo espaço para adiantar sobre a interdição de Areia Vermelha, Caribessa,  Picãozinho e as Piscinas Naturais do Seixa. A ideia é transformar tudo isso em uma ZONA DE EXCLUSÃO com proibições de diversas atividades no Parque de Areia Vermelha. Inicialmente ninguém levou muito a sério. Hoje pela manha foi colocado em prática o Termo de Ajustamento de Conduta sem nenhuma consulta ou debate público com as partes interessadas.

Imediatamente uma decisão do juiz João Machado de Sousa Júnior, da Vara Mista de Cabedelo, derrubou a TAC para garantir o pleno funcionamento das atividades comerciais dos associados da parte autora, até decisão definitiva na presente ação.

A decisão aconteceu justamente por causa de medida administrativa ter sido colocado em prática sem haver qualquer estudo ou debate público. Sou do mundo náutico, tenho barco a vela e sócio do Iate Clube da Paraíba. Costumo velejar por todo este litoral, dai conheço um pouco sobre o assunto.

A verdade é que decidiram “tratorar” uma decisão em cima das inverdades distribuídas pela mídia. Primeiro, só existem 6 comerciantes “autorizados” pela própria SUDEMA e com direito a comercializarem naquele banco de areia. Sobre ambulantes, existem em número de 10, também legalizados. Com isso cai por terra a ideia de monopólio dos comerciantes na ilha, já que todos estão legalizados e dentro da lei, com consciência ecológica e educação. Eles também defendem a natureza e são de acordo com qualquer disciplinamento, muito diferente que o Secretário Fabiano Lucena, juntamente com o Superintendente da Sudema, vem agressivamente querendo passar através de entrevistas nos veículos de comunicação.

Vendem a ideia que por ser um “Parque de Preservação”, se faz necessário apenas a contemplação.  Tenho escutado muitas asneiras e hoje o que mais me surpreendeu foi ouvir as bobagens do Superintendente da Sudema, João Vicente.  Ele não tem culpa alguma em ser desinformado, deveria pedir demissão por tamanho despreparo. Falou tantas asneiras na Rádio Arapuan que daria para encher qualquer anedotário da imbecilidade ecológica brasileira. Se eu fosse Ricardo Coutinho, amanhã mesmo, a Sudema teria outro superintendente. Se eu fosse João, pediria demissão por tantas besteiras propaladas nos meios de comunicação, a começar pela história do “bagre” ser um peixe de água doce que invadiu Areia Vermelha por causa do comércio, como se todos os dias existisse o banco de areia que chamam de Ilha de Areia Vermelha. Como se existisse um comércio fixo no banco de areia. 

Faltou dizer que a visitação depende da maré e que só é possível a quando coincide seu nível baixo com o horário diurno. Nem todos os dias ou finais de semana tem “Areia Vermelha”.
João citou Fernando de Noronha como Parque Marinho. Talvez se tivesse visitado aquele arquipélago, saberia que o Bar do Cachorro, na Praia do Cachorro é mil vezes mais desorganizado que qualquer comércio temporário existente em Areia Vermelha e fica na beira da praia, servindo a qualquer um, do caldinho de tubarão a batata frita. Na Cacimba do Padre, praia frequentada por surfistas como Fabiano Lucena, são dezenas de botecos debaixo de lonas, onde não existe sanitário ou esgoto. É lá onde se localiza o Bar das Gêmeas, conhecido internacionalmente. 

Anda faltando diálogo e por mais que eu critique o governo Coutinho, sei que Ricardo odeia esse mise-en-scène de Fabiano e João Vicente. Para ambos, deixo a frase de Abraham Lincoln: “Às vezes é melhor ficar calado deixando que os outros pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar nenhuma dúvida”. 

Não tenho mais dúvida alguma!