Dentro do PMDB não existe outra conversa – digo majoritariamente. A pré-candidatura de Veneziano Vital do Rêgo a prefeito de Campina Grande está posta desde o ano passado, no mês de outubro, disse ele próprio. E em função da aliança firmada no segundo turno das eleições de 2014 para o Governo do Estado, a vaga de vice está assegurada para o PSB, como um “gesto de reciprocidade” para com a legenda socialista. Mas a decisão sobre o nome cabe ao PSB. Foi o que disse nesta sexta-feira o deputado federal Veneziano, durante a visita do vice-presidente Michel Temer a João Pessoa.
Veneziano assegura não haver qualquer imposição por parte do PSB ou de outros partidos para que o PMDB não concretize seu projeto de lançar candidatura própria.
Nos discursos peemedebistas proferidos durante a visita do vice-presidente da República, inclusive do próprio Michel Temer, presidente nacional do partido, e do senador José Maranhão, presidente estadual na Paraíba, ficou clara a orientação de ter candidaturas próprias nos municípios. Gervásio Maia e Trócolli Júnior, que defendem manutenção de aliança com o PSB não compareceram ao evento em que foi confirmada a pré-candidatura do deputado Manoel Júnior à prefeitura de João Pessoa.
O PMDB tem quase um quarto dos prefeitos eleitos e vai para a disputa com tudo o que tem, sobretudo nas principais cidades, como João Pessoa (Manoel Júnior), Sousa (André Gadelha), Cajazeiras (Vituriano de Abreu), Patos (Francisca Motta), Pombal (Doutor Verissinho), Campina Grande (Veneziano), São Bento (Márcio Roberto), entre outras cidades. O PMDB calcula o lançamento de mais de 90 candidaturas a prefeito na Paraíba, nas eleições deste ano.
O partido pretende se fortalecer a partir das eleições municipais, “que vão marcar o início de uma nova época para o partido, em que o partido deixará de ser apenas uma força coadjuvante para realmente assumir os destinos do país”, disse José Maranhão, elencando, em seu discurso de hoje (29) na sede do PMDB, o desejo de ter candidato a presidente da República, a prefeito das grandes cidades, como é o caso de João Pessoa, e a governador do estado.
O senador José Maranhão não esquece o fato do PMDB ter sido relegado a coadjuvante no governo federal. Citou a carta de Michel Temer, em que o vice-presidente fez seu desabafo por não participar de fato do governo Dilma. “O PMDB não veio fazer aqui reunião de comadres, veio fazer propostas e apresentar compromissos com o nosso partido e, através dele, como os nossos municípios e com o nosso estado”, disse José Maranhão.
Sem mais confiança em que o processo de impeachment prospere, Michel Temer mira 2018, as eleições para presidente da República. Para isso, a ordem é eleger prefeitos, “aumentar o número de prefeituras na Paraíba”.
Temer lembrou que foi com o apoio do PMDB no Congresso Nacional, no governo de Itamar Franco, que se começou o Plano Real. Temer aponta também a participação do PMDB em programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida. “Nós somos os fiadores da governabilidade do país em face do grande poder político que nós temos. Mas hoje, nós agora não queremos mais ser fiadores da governabilidade, nós queremos ser governo”, disse Temer.