O governador Ricardo Coutinho (PSB) surpreendeuna manhã de hoje (7) ao revelar, quase sem nenhuma provocação, ter indicado o nome do então vereador Luciano Cartaxo – na época PT – para o cargo de vice-governador de José Maranhão nas eleições de 2006 (assumiram dois anos depois).
Os peemedebistas da gema lutavam para sair uma chapa puro sangue. Na época, em junho de 2006, atribuiu-se a escolha do líder do governo municipal de Ricardo Coutinho na Câmara de Vereadores à chamada Frente de Esquerda formada pelos partidos aliados de José Maranhão.
Quase dez anos depois, após Cartaxo insinuar que Ricardo faz alianças incoerentes, o governador resolve revelar sua participação na escolha do vice de Maranhão. A informação pode colocar o ex-petista em uma posição de ingrato e de incoerente. Ou, por outro lado, o ataque direto pode vitimizá-lo.
Em 2006, além do nome de Luciano Cartaxo, o senador José Maranhão acatou o nome de Edvaldo Rosas, então presidente do Diretório Municipal do PSB, como suplente do senador Ney Suassuna (PMDB), que disputou a reeleição para o Senado. E perdeu.
Cartaxo era conhecido no PT e no meio político como um moderado, de convivência política amistosa com seus adversários, capaz de conviver com as mais distintas correntes e segmentos partidários.
Tanto, que apesar de ter feito por muito tempo a mais dura oposição ao ex-prefeito Luciano Agra, de um momento pro outro passou a se valer apenas das afinidades – a maior delas era o nome ‘Luciano’.
Na Paraíba, o prefeito de João Pessoa foi um dos expoentes da Articulação, tendência petista majoritária que no plano nacional seguia a liderança de José Dirceu e José Genoíno. Mas isso não significou coisa alguma para Cartaxo na hora de abandonar o barco petista e ingressar no PSD, de abandonar a presidente Dilma Rousseff e dar as costas ao ex-presidente Lula.
Agora, tudo isso vem a calhar na hora de discutir coerência. Política como emprego? Levante a mão o político que não é ‘profissional’ – não passa do primeiro mandato.