Todo ano o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) inclui realização de concursos públicos no orçamento para ludibriar a população. Nesta segunda-feira (23) mais um auxiliar foi à Câmara Municipal “faltar com a verdade”, com a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) em baixo do braço, prevendo concurso público para servidores entre as metas para 2017. Contudo, em junho de 2015 foram anunciados os mesmos cargos na LDO, mas para 2016. Até agora não tivemos notícias de que Cartaxo tenha lançado nenhum edital de concurso para este ano.
A propósito, o prefeito disse hoje que sequer sabe se vai conseguir pagar a metade do décimo terceiro salário no meio do ano, como é tradição entre as prefeituras. Ele disse que está trabalhando para pagar o mês de maio dentro do mês trabalhado, nos dias 30 e 31, e depois vai se preocupar com o mês de junho.
Apesar dessa situação, hoje coube ao secretário adjunto de Administração, Bruno Sitônio Fialho de Oliveira, anunciar como meta, na Câmara Municipal, a previsão de realizar em 2017 concurso para magistério; pessoal de apoio e técnico administrativo; guarda municipal; tecnologia da informação; auditor de contas públicas; bibliotecário; médicos para atuação em Programa da Saúde da Família (PSF); e psicopedagogos.
Note-se que no ano passado, foi à Câmara o chefe de gabinete da mesma Secretaria de Administração, Lauro Montenegro Sarmento de Sá. Ele elencou os mesmíssimos cargos para concurso e disse, inclusive, que o certame que abrangeria diversas áreas de atuação também teria a de psicopedagogia, para a qual seriam ofertadas 96 vagas.
Na audiência pública de hoje, o superintendente do Instituto de Previdência do Município de João Pessoa (IPM), Moacir do Carmo, também anunciou a intenção de realizar concurso público para aumentar o quadro de servidores efetivos do IPM, que conta apenas com cerca de 20 profissionais. O restante são prestadores de serviço. Ora, no ano passado também foi anunciado concurso público para o IPM, assim como para procurador do município.
Já para a Superintendência de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob), o prefeito nem se arrisca a anunciar concurso, apesar do quadro defasado na instituição. É um belo cabide de empregos para prestadores de serviços, também com muita gente cedida de outros órgãos e enquadrada ilegalmente como efetivos. Se houver concurso público, dá litígio, porque os aprovados vão brigar para ser nomeados. O último que anunciou concurso para a então STTrans (hoje Semob), foi o ex-prefeito Luciano Agra.
Anunciar concurso para 2017 quando o mandato se encerra em 2016 é cômodo. Quem quiser pagar pra ver, vai ter que votar. Enquanto isso, mais de 11 mil prestadores de serviço se garantem no serviço público, sem concurso.