Aline Lins

PT na Paraíba proíbe alianças com partidos golpistas, mas admite alianças com PMDB

Partido resolve determinar que alianças com o PMDB sejam analisadas caso a caso pela Executiva Estadual, que debaterá sua viabilidade política e importância ao projeto partidário

PT na Paraíba proíbe alianças com partidos golpistas, mas admite alianças com PMDB

Giucélia Figueiredo reafirma que não haverá alianças com partidos golpistas — Foto:Divulgação

Beira a esquizofrenia política Resolução do PT na Paraíba aprovado em reunião em Campina Grande que colocou como prioridade no estado alianças com os partidos do Campo Democrático e Popular (PSB, PC do B e PDT) e proíbe os Diretórios Municipais e Comissões Provisórias de construírem alianças políticas nas eleições 2016 com o PSDB / DEM / PPS / Solidariedade, que o PT considera partidos “golpistas” por terem apoiado o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Até aí há muita coerência. Mas, de repente, o PT admite alianças municipais com o PMDB, partido do presidente interino Michel Temer e do presidente da Câmara Eduardo Cunha. 

“Reafirmamos que não teremos alianças e nem dividiremos o palanque com partidos golpistas”, diz a presidente estadual do PT, na Paraíba, Giucélia Figueiredo. Contudo, a resolução petista resolveu “Determinar que alianças com o PMDB sejam analisadas caso a caso pela Executiva Estadual, onde debateremos sua viabilidade política e de importância ao nosso projeto partidário”. 

Ou seja, o PT considera o governo de Temer nefasto, ilegítimo, fruto de um golpe, infestado de corruptos, formado por uma equipe de caráter “machista, racista, retrógrado, conservador e de conciliação com a corrupção da direita brasileira”, mas em nome de fortalecer o partido, não fecha as postas para o PMDB. É no mínimo contraditório. Certamente, o mais importante seja sobreviver.  

Leia abaixo a Resolução na íntegra:

RESOLUÇÃO POLÍTICA DO PT DA PARAÍBA

Em meio ao julgamento no Senado Federal de avaliação do mérito do processo de admissibilidade do pedido de impedimento da Presidenta Dilma Roussef, o Brasil ficou estarrecido com as novas denuncias contra a cúpula operadora do Golpe Institucional dado contra a democracia e contra o voto da maioria dos brasileiros.

Depois do vazamento de conversas entre lideranças do PMDB, ficou claro que o golpe em curso no Brasil tem entre outros motivos a tentativa de barrar as investigações da operação Lava Jato contra políticos de partidos aliados do atual governo interino.

Líder do golpe, Michel Temer é um “ficha suja”, recentemente condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e está inelegível por oito anos. Em menos de um mês de gestão já teve três de seus ministros afastados e outros sete listados e implicados na Operação Lava Jato. A composição do seu governo expressa em sua montagem o seu caráter machista, racista, retrógrado, conservador e de conciliação com a corrupção da direita brasileira.

Além das denúncias de corrupção, o Governo interino de Michel Temer já começa seu nefasto mandato atingindo diretamente os trabalhadores com medidas duras e que terão reflexo direto na vida dos mais pobres. Iniciativas e proposituras como: Ministério da Previdência incorporado ao Ministério da Fazenda; reajuste do salário mínimo sem obrigatoriedade de repor a inflação; fim da indexação de qualquer benefício previdenciário ao valor do salário mínimo; aumento no tempo de contribuição e da idade mínima para aposentadoria, inclusive para servidores da ativa; permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais; fim da Controladoria-Geral da União; redução do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras medidas, serão com certeza o próximo tormento na vida da classe trabalhadora e dos mais pobres Brasileiros.

Diante deste cenário, o atual governo restringe a vida da Presidenta Dilma, diminuindo seus direitos como Presidenta eleita e tentando de forma sorrateira impedir que a Presidenta não dialogue com a população,  visite os estados, e não cumpra sua agenda em defesa da democracia e de nossa Constituição.

Continuaremos a denunciar o golpe em curso no Brasil, e juntamente com a Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo estaremos em todo o país lutando por nossos direitos e pelas conquistas dos trabalhadores brasileiros ao longo dos últimos anos. Não aceitaremos qualquer diminuição das conquistas e dos direitos de nosso povo.

Pela atual conjuntura, enfrentaremos este processo de criminalização do PT e dos movimentos sociais em plena eleição municipal. Entendemos que a afirmação do PT nesse período é fundamental para o enfrentamento da atual crise política. Desta forma, saudamos e incentivaremos candidaturas próprias do PT por toda a Paraíba, pois entendemos que tais candidaturas deverão não só debater os problemas e desafios locais, mais acima de tudo construir espaços de defesa da democracia e da boa política.

Neste sentido, afirmamos a importância da candidatura própria do PT em João Pessoa, representada pelo companheiro Professor Charliton, por entender a importância desta candidatura para o partido em todo o Estado. O PT de nossa capital precisa retomar a agenda de desenvolvimento e inclusão na cidade, abandonada pelo atual governo, como também, reafirmar as políticas e ações do Governo Dilma que mudaram a vida do povo de João Pessoa.

Desta forma, analisando a atual conjuntura política do país e de nosso Estado, o Diretório Regional do PT da Paraíba, reunido nesta data, DECIDE:

1. Afirmar nosso total apoio aos atos organizados pela Frente Brasil Popular e entidades e movimentos que lutam em defesa da democracia e do mandato legitimo da Presidenta Dilma Roussef. Desta forma, orienta que todos os Diretórios Municipais e Comissões Provisórias do nosso Estado participem no próximo dia 15 de Junho de Sessão Especial da Assembleia Legislativa com a presença da Presidenta Dilma, onde será debatida a legitimidade popular de seu mandato e a defesa das regras constitucionais do Brasil;

2. Afirmar que o PT não dividirá o palanque nas eleições 2016, em nenhuma hipótese, com personalidades municipais ou estaduais que foram signatários do golpe e que apoiaram o pedido de impedimento da Presidenta Dilma;

3. Afirmar que nossa prioridade de aliança na Paraíba em 2016 será com os partidos do chamado Campo Democrático e Popular (PSB, PCdoB, PDT). Pois entendemos que cabe a frente de esquerda brasileira afirmar sua agenda para o país, a partir das eleições municipais do ano em curso;

4. Reafirmar terminantemente a proibição aos Diretórios Municipais e Comissões Provisórias da criação de alianças políticas nas eleições 2016 com o PSDB / DEM / PPS / Solidariedade, partidos adversários históricos de nosso projeto nacional e instrumentos do golpe contra o nosso governo;

5.   Determinar que alianças com o PMDB sejam analisadas caso a caso pela Executiva Estadual, onde debateremos sua viabilidade política e de importância ao nosso projeto partidário;

6. Determinar ainda que as alianças com os outros partidos estão previamente autorizadas desde que não sejam construídas com personalidades e políticos que foram explicitamente a favor do golpe contra a democracia brasileira;

7. Que nos municípios com Candidatura Própria do PT as alianças políticas em torno destas candidaturas deverão ser analisadas e avalizadas pela Executiva Estadual;

8. Por fim, e por sua importância política a Direção Estadual acompanhará construção da Tática Eleitoral do Município de Campina Grande nas eleições 2016.

DIRETÓRIO REGIONAL DO PT PB

Campina Grande, 11 de Junho de 2016

COMPARTILHE

Bombando em Aline Lins

1

Aline Lins

Juíza suspende licitação da Zona Azul de João Pessoa

2

Aline Lins

TCE confirma que Leto Viana recebeu R$ 43 mil este ano referentes a salários de assistente administrativo

3

Aline Lins

Mesmo preso, cargo de assistente administrativo em Cabedelo rende a Leto R$ 43.129,44 em janeiro e fevereiro

4

Aline Lins

Empresa alvo da PF vai receber da Prefeitura de Campina R$ 2,99 milhões para fazer o São João 2019

5

Aline Lins

Cláusula de barreira deixa partidos sem Fundo Partidário e ‘direito de antena’