Tom da campanha: Ricardo ironiza volume de lixo do tamanho do Almeidão que Cartaxo diz ter tirado da Lagoa

O PSB oficializou o nome da professora Cida Ramos como pré-candidata a prefeita de João Pessoa e agora trava uma corrida contra o tempo, seu principal oponente. São exatos cinco meses, apenas, para as eleições de outubro. E Cida começa do zero, com seu nome e empunhando a bandeira do projeto socialista. Mas ela não estará só. Durante o lançamento de Cida, ao lado de socialistas e partidos aliados, o governador Ricardo Coutinho (PSB) deu o tom da campanha, polarizada com o candidato à reeleição Luciano Cartaxo (PSD). 

Para os socialistas, as principais realizações do ex-petista são também seu ponto fraco, como o foco em creches construídas com recursos federais e a obra de revitalização da Lagoa do Parque Sólon de Lucena, que está sob forte apuração de irregularidades e superfaturamento em torno de R$ 10 milhões.   

“João Pessoa cansou da mesmice, João Pessoa não aceita mais esse tipo de governo que não tem transparência, não consegue explicar absolutamente nada e trata o povo como se fosse um bando de idiotas, ao fugir dos temas mais elementares”, disse Ricardo Coutinho. 

De acordo com o titular da pasta da Infraestrutura do Estado, João Azevedo, que integra o corpo técnico da campanha de Cida, o lixo que a gestão municipal afirma ter retirado da Lagoa corresponderia a um volume de 18 metros, do tamanho do Almeidão – sete andares de lixo. 

Que Ricardo tem voto isso todo mundo tem certeza. A questão é se vai ser possível transferir os votos para Cida Ramos nesse espaço de tempo até o pleito, porque disposição Ricardo tem para calçar o conga ou as sandálias Havaianas para andar ao lado da professora pela cidade, como Zennedy Bezerra sugeriu. Com uma vantagem: Cida não computa ainda a rejeição que outros têm, tal como poderia apontar a deputada Estela Bezerra. 

Cartaxo, por outro lado, é candidato desde que assumiu o governo, em 2013. Mas, desta vez, ele não tem Lula nem Luciano Agra em seu palanque, nem o governo federal como padrinho. Corre o risco de ter que criar um fato político relevante a seu favor, porque com a militância girassol não se brinca. 

“Nós não temos limite para isso, nós vamos ganhar essas eleições”, avisou Ricardo.