“Não é possível que você suporte a barra
De olhar nos olhos do que morre em suas mãos
E ver no mar se debater o sofrimento
E até sentir-se um vencedor nesse momento
Não é possível que no fundo do seu peito
Seu coração não tenha lágrimas guardadas
Pra derramar sobre o vermelho derramado
No azul das águas que você deixou manchadas”
Quando criança fui algumas vezes a Costinha em Lucena assistir à macabra “pesca da baleia”. Nem sabia o que era aquilo, não tinha a menor dimensão do “espetáculo” que vivenciara. Uma espécie em extinção. Nas águas de Costinha, foram 10.886 baleias minke capturadas de 1963 até 1980.
A proibição à caça veio para acabar com essa barbaridade. Imaginava, depois de adulto que não haveria baleia alguma parta mostrar a minha neta Maysa. Até Roberto Carlos fez um melodrama que dizia assim: “Seus netos vão te perguntar em poucos anos / Pelas baleias que cruzavam oceanos / Que eles viram em velhos livros / Ou nos filmes dos arquivos / Dos programas vespertinos de televisão”.
Hoje nos deparamos com a Barreira do Cabo Branco. Caindo, recuando, dilacerando. Desde que me entendo de gente, os políticos falam em uma solução mágica para salvar a falésia. Ninguém fez, ninguém faz e talvez ninguém fará até o dia que eu, você e todos dessa cidade tomem ciência e consciência do papel de cada cidadão pressionar seja lá quem for para que algo seja feito.
Existem locais da falésia próximo ao Farol que recuou 8,2 metros nos últimos onze anos.
Não é possível que você suporte o fim da Barreira do Cabo Branco!
FOTO DE SATÉLITE EM 2005
FOTO DE SATÉLITE EM 2015
FOTO DO DRONE – JULHO DE 2016