BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro disse em rede social nesta terça-feira (29) que o auxílio emergencial não pode durar para sempre, para a infelicidade dos “demagogos e comunistas”. Ele também classificou a responsabilidade fiscal e o respeito ao teto, como “trilhos da economia”.
Bolsonaro defendeu que a nova ação assistencial não é “eleitoreira” e que ele não está pensando na eleição presidencial de 2022, mas em 2021, quando “milhões de brasileiros que perderam seus empregos ou rendas deixarão de receber o auxílio emergencial”.
“O meu governo busca se antecipar aos graves problemas sociais que podem surgir em 2021, caso nada se faça para atender a essa massa que tudo, ou quase tudo, perdeu”, acrescentou.
A declaração ocorre um dia após o presidente se reunir com líderes do Congresso e integrantes da equipe econômica do governo, entre eles o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o Renda Cidadã, projeto que deve substituir o Bolsa Família.
Na ocasião, o senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator da proposta do pacto federativo, afirmou que o novo programa social será financiado com parte dos recursos que estavam reservados para o pagamento de precatórios e novas verbas do Fundeb.
O plano de usar esses recursos para financiar o programa, no entanto, não foi bem recebido. No mercado financeiro, até o termo “pedalada” foi usado, em alusão às manobras fiscais do governo petista. Já os especialistas em contas públicas criticaram bancar um programa social com recursos de pagamento de dívidas já reconhecidas.