Morte

Diretor responsável pelo Enem morre de Covid-19 em meio a pressões pelo adiamento do exame

General de reserva, Souza havia assumido a direção do órgão em agosto de 2019, o quarto responsável pela área no governo de Jair Bolsonaro.

Diretor responsável pelo Enem morre de Covid-19 em meio a pressões pelo adiamento do exame

Diretor de Avaliação da Educação Básica, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, Carlos Roberto Pinto de Souza morreu nesta segunda-feira — Foto:Reprodução

BRASÍLIA — Diretor de Avaliação da Educação Básica, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, Carlos Roberto Pinto de Souza morreu nesta segunda-feira, aos 59 anos, em Curitiba. General de reserva, Souza havia assumido a direção do órgão em agosto de 2019, o quarto responsável pela área no governo de Jair Bolsonaro.

Fontes ligadas ao diretor afirmam que Souza morreu vítima de Covid-19. Questionado pela reportagem se essa seria a causa da morte do diretor, oficialmente o órgão disse apenas que, “em respeito à família do diretor”, o motivo do falecimento não será tratado pelo Inep.

O GLOBO apurou que, além da questão familiar, o órgão teria optado por omitir a causa da morte por uma questão política para evitar desgastes a poucos dias do Enem, cuja primeira prova está marcada para o próximo domingo (17).

Desde a semana passada, cresce a pressão pelo adiamento da prova, em meio ao crescimento de casos e óbitos pela Covid-19. Além de pedidos de entidades estudantis e científicas, a Defensoria Pública da União (DPU) requisitou, na última sexta-feira, o adiamento do exame à Justiça Federal da 3ª Região.

Informação omitida em outras ocasiões
Não é a primeira ocasião em que órgãos federais omitem a causa de morte de um servidor em meio à pandemia. Em novembro do ano passado, após sofrer reprimenda do presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) omitiu informação sobre a causa da morte do agente Flávio José Souza Gomes.

Em maio, Bolsonaro também havia reclamando da menção de coronavírus em um comunicado sobre a morte de um policial. Na época, o presidente afirmou que era preciso informar as outras doenças da vítima, “para não levar medo à população”.

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